A HISTÓRIA DO BRASIL
Período Colonial
Introdução
A História do Brasil, do Descobrimento aos
dias atuais, tem acompanhado o movimento
de formação, crescimento e consolidação do sistema capitalista. Em outras
palavras, é impossível compreender a colonização, a Independência, o Império
e a República sem associá-los à história do capitalismo.
Período Colonial (1500-1822)
As controvérsias a respeito do Descobrimento do Brasil perderam significado a
partir do momento em que inserimos o Descobrimento e a própria colonização
nos quadros do mercantilismo europeu da Idade Moderna.
A história do Brasil Colônia constituiu um capítulo da acumulação primitiva do
capital, tendo em vista que nossa produção destinava-se ao mercado externo
europeu. Assim, a função da colônia de exploração era produzir gêneros
agrícolas tropicais e metais preciosos para atender à demanda externa.
É nesse quadro que se compreende o grau de dependência da economia
colonial brasileira e de suas próprias instituições político-administrativas. De
qualquer maneira, constituiu-se uma sociedade colonial do tipo escravista,
patriarcal e polarizada, cuja elite considerava-se uma extensão da elite
metropolitana.
No século XVIII, as contradições internas do modo de produção colonial, a
crise do Antigo Regime na Europa (agravada pelas Revoluções Burguesas) e a
tomada de consciência da elite colonial abriram perspectivas para a
Independência, formalizada em 1822.
Período Monárquico (1822-1889)
Como produto de um “arranjo político” da elite agrária com elementos da
Corte Portuguesa, o Império Brasileiro manteve a estrutura de produção
colonial escravista. A própria Constituição de 1824, outorgada por D. Pedro,
manteve a ordem escravista. Porém a disputa pelo poder entre a aristocracia
e o imperador só foi resolvida com a abdicação de D. Pedro, em 1831.
Apesar de a transição para o Segundo Reinado ter sido marcada por agitações
de toda ordem, o Império manteve-se conservador e escravista. O
parlamentarismo imperial não passou de um instrumento de conciliação entre
o Poder Moderador e o Poder Legislativo, alternando liberais e conservadores
no poder.
Com a extinção do tráfico negreiro e a expansão do café pelo Oeste Paulista,
os novos fazendeiros aderiram ao movimento republicano, ao lado dos
militares, das camadas médias urbanas e dos senhores de escravos, que não
foram indenizados pela Lei Áurea de 1888. Sem a participação popular e sob o
comando do Exército, nasceu a República, em 15 de novembro de 1889.
Período Republicano (1889-1999)
A República Velha dominada pelo “café-com-leite” foi, até certo ponto, uma
extensão econômica do Império. As instituições republicanas atendiam apenas
às necessidades da elite cafeeira, especialmente os fazendeiros paulistas e
mineiros, e a questão social era “caso de polícia”.
Contudo, o processo de industrialização e a própria modernização da
sociedade, associada à crise da economia cafeeira e aos vícios da República
Velha, contribuíram para a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao
poder. Por quinze anos seguidos, Vargas governou o país, aproveitando-se da
conjuntura de crise internacional e da inexistência de uma classe hegemônica.
Nesse quadro, o Estado tornou-se a mola propulsora do capitalismo brasileiro,
investindo em setores que não atraíam o capital privado.
Ao término da Segunda Guerra Mundial e ao mesmo tempo em que se
eliminava o Estado Novo, abriram-se perspectivas para a institucionalização
da dependência ao capitalismo internacional e para o populismo da República
Liberal.
À época de Juscelino Kubitschek, a arrancada desenvolvimentista consolidou o
capitalismo brasileiro, sempre atrelado ao capital multinacional e sujeito a
flutuações de todos os tipos.
Com a crise do populismo, agravada pela renúncia do presidente Jânio
Quadros em 1961, e mais tarde com a queda de João Goulart, abriu-se um
período autoritário que durou 21 anos, ampliando a ação do Estado e
reduzindo a capacidade de atuação da empresa privada nacional.
Mais recentemente, a passagem da Velha para a Nova República, apesar de
suas crises, vem demonstrando o fortalecimento das instituições
democráticas, com a promulgação da nova Constituição Brasileira de 5 de
outubro de 1988, as eleições diretas para presidente, a estabilidade da nova
moeda – o real – e a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso,
bem como de vários governadores estaduais, em 1998.
Os dez anos iniciais do Segundo Reinado foram dedicados à pacificação
interna do país. Nessa fase, foram sufocadas a Balaiada e a Farroupilha; além
disso, eclodiram ainda as Revoluções Liberais de SP e MG (1842) e a Praieira (1848)